Comissão de adoção internacional participa de evento no Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro

por Liliana Faraco - SECOM/VIJ-DF — publicado 2018-11-27T17:05:00-03:00

A assistente social Thaís Botelho explica metodologia do processo de adoção de crianças brasileiras por estrangeiros

CDJA no consulado dos EUA

A secretária executiva da Comissão Distrital Judiciária de Adoção (CDJA/TJDFT), assistente social Thaís Botelho, foi convidada a participar de uma mesa-redonda sobre adoção internacional, no dia 23 de novembro, no Consulado-Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro. O evento foi aberto pelo cônsul-geral, Scott Hamilton, e contou com a participação de Bianca Raimundo (consulado dos EUA); Felipe Fernandes e Márcia Lopes (ONG Quintal de Ana); Christiane Nowak (Hand in Hand Internacional Adoption) e Natalia Camba Martins (Autoridade Central Administrativa Federal - ACAF).

Metodologia CDJA

Em sua fala, a secretária teve a oportunidade de compartilhar a metodologia de preparação psicossocial e pedagógica de crianças e adolescentes para a adoção internacional utilizada pela equipe técnica da CDJA desde 2010. Durante sua explanação, Thaís considerou como passo primordial e relevante o planejamento profissional das ações e enfatizou os pilares básicos de uma boa preparação: o trabalho em rede; a construção do vínculo do profissional com a criança ou adolescente baseada em uma relação sincera, respeitosa e empática; a escuta atenta do adotando e a confirmação dessa escuta, quando o profissional repete o que entendeu a partir do conteúdo apreendido com os meninos e meninas em processo de adoção.

A partir desses pilares, são estabelecidos 10 encontros, cada qual com uma temática. Os primeiros momentos são para apresentar a Vara da Infância e da Juventude do DF, a CDJA, a própria criança e saber o que ela pensa sobre o conceito de família e de adoção, até culminar nos últimos encontros, quando acontece o estágio de convivência com a família estrangeira. “É uma prática longa, cuidadosa e próxima à criança”, disse. 

Foto por Carlos KülpsPara dinamizar sua apresentação, a assistente social convidou os presentes a participarem de um desafio com o intuito de despertar a reflexão acerca da importância da preparação da criança ou adolescente para a adoção. Voluntários foram incentivados a colocar a mão dentro de uma caixa fechada, por meio da qual puderam experienciar e compartilhar com o grupo as sensações e os sentimentos provocados pelo desconhecimento acerca do que o objeto continha. A secretária ponderou, enquanto abria a caixa, que a adoção não pode ser uma caixa misteriosa e que é preciso desvelar, descortinar, traduzir, apresentar o projeto adotivo em suas formas e cores, de maneira a oferecer condições emocionais, psicológicas e sociais para que meninos e meninas experimentem essa possibilidade de vida em família. “Não tem como criar mistério em torno da adoção e querer que essa criança aceite. A gente precisa dizer o que é adoção para ela”, afirmou.

Ao final do evento, foram entregues aos participantes exemplares dos livros ilustrados do projeto Era uma vez... O recontar de uma história, sobre a vida de cada criança e adolescente adotado, que recebem a publicação assim como suas famílias. O objetivo é o de permitir aos meninos e meninas em processo de adoção internacional fazerem o resgate individualizado de sua trajetória e prepará-los para a nova vida lá fora.

Adoções X países signatários de Haia

Ao se manifestar, a representante da ACAF, Natalia Camba Martins, lançou uma questão a ser estudada: dos 99 países signatários da Convenção de Haia, apenas quatro (França, Itália, Espanha e Estados Unidos) adotam crianças brasileiras. O desafio é conhecer os motivos do grupo restrito e ampliar as adoções de brasileiros por outras nações. Relativamente aos EUA, o processo de adoção ocorre por intermédio de organismos americanos credenciados pela ACAF. As adoções já realizadas no Brasil por aquele país se deram nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, e os adotados tinham entre 7 e 12 anos de idade.

 

Adoções de brasileiros por americanos

2010:

27

2011:

09

2012:

23

2013:

15

2014:

09

2015:

07

2016:

07

2017:

17

2018:

04

Dados de setembro de 2018