Rede Solidária Anjos do Amanhã e Oculare Oftalmologia promovem ação social com crianças acolhidas

Aconteceu no sábado (30/9) campanha de atendimento oftalmológico promovida pela clínica Oculare Oftalmologia em parceria com a Rede Solidária Anjos do Amanhã, programa de voluntariado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O evento social se dispôs a atender 56 crianças das entidades de acolhimento Irmão Áureo, Lar de São José, Casa de Ismael e Batuíra. Segundo a servidora do TJDFT Eliana Silva, a iniciativa foi da médica oftalmologista Cristiana Bertin, voluntária da Rede desde 2016.

Alkyanna Marques Soares, coordenadora da entidade Irmão Áureo, disse que as crianças estavam entusiasmadas com a ideia de usar óculos, visto que muitas se queixam de dor de cabeça ocasionada por problemas de visão. Já a técnica de enfermagem da Casa de Ismael, Joanilda Gomes de Sousa, falou que, além desse sintoma, muitas crianças e jovens estavam com os óculos vencidos. Reforçou ainda que as escolas também reclamam do quanto os problemas de visão interferem no processo de aprendizagem das crianças.

Além do atendimento médico especializado e de todo o acolhimento da equipe de recepção da clínica oftalmológica, o evento solidário contou com a doação de lentes, armações e lanche especial. Jemima Martins, sócia da Ótica Lens Net, disse que recebeu o convite de Cristiana Bertin para participar como voluntária e aceitou de imediato. A empresa doou para a campanha armações e lentes, bem como realizou reparos em armações danificadas.

Uma campanha paralela de doação de armações de óculos também foi proposta pela clínica Oculare, que recebeu aproximadamente 50 armações de seus clientes e pessoas amigas. Mena Albuquerque, gerente de Recursos Humanos da Oculare, contou que, em menos de um mês, conseguiram as doações por meio dos clientes. E para alegrar ainda mais o evento, foi ofertado um delicioso lanche por Ariane Palaoro, proprietária da Moni Imóveis, e também pela Rede Solidária Anjos do Amanhã.

Cristiana Bertin conta que realiza uma ação social desse tipo por semestre. “Dessa vez, envolvi várias parcerias como voluntárias: sócios e não sócios da clínica e até meus filhos vieram”, declarou a médica. Arthur (14) e Enzo Bertin (17), filhos de Cristiana, disseram admirar muito a iniciativa da mãe e pretendem seguir seus passos com trabalhos voluntários. Sete outros médicos se juntaram com Cristiana para realizar os atendimentos oftalmológicos das crianças e adolescentes: Adriana Cristina Gaeta de Aquino Costa, Antônio Márcio Carvalho Luciano, Daniela Alessandri Monteiro Couto, Jadir Macedo, Juliana de Souza Rocha, Maria Araceli Xavier de Oliveira e Yuri Almeida de Oliveira. 

Crianças e jovens da Casa de Ismael relataram suas experiências no dia da ação. “Maravilhoso, gratificante, especial, gentil. Tem tanta gente que precisa, tem muitos anos”, declarou um dos jovens, de 17 anos. Uma menina de 11 anos contou ter sido a sua primeira consulta com um oftalmologista. “Estava precisando, sentindo incômodo. Meus olhos coçam muito”, disse. Outro jovem de 17 anos também relatou ter sido a primeira vez que fez o exame de vista, mas por prevenção. “O médico disse que minha visão está 100%”, declarou orgulhoso.

Um acolhido de 15 anos com miopia, grau em torno de 3,5, contou que seus óculos quebraram há mais de seis meses e ele já estava se sentindo incomodado, pois não conseguia se concentrar nas aulas por não enxergar com nitidez. “Estava me sentindo desestimulado na escola”, declarou o jovem, agora realizado por poder levar sua vida com mais qualidade, graças aos profissionais que se dispuseram a ajudar na ação solidária. 

Rede Solidária Anjos do Amanhã

Criada em 22 de setembro de 2006 por iniciativa da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, a Rede Solidária Anjos do Amanhã é um programa social representado por um conjunto de ações voluntárias que envolvem competências, habilidades e recursos materiais direcionados a crianças e adolescentes expostos a situações de vulnerabilidade social, violência física, psicológica, sexual ou estrutural.

Essa iniciativa, atualmente vinculada à Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJDFT, surgiu da necessidade de oferecer respostas às demandas sociais apresentadas pelas famílias de crianças e adolescentes vinculados à Justiça Infantojuvenil, entendendo que questões relacionadas a esse público-alvo não se limitam ao âmbito jurídico, mas envolvem aspectos sociais, culturais, econômicos e emocionais.