11/10 – Dia Mundial da Obesidade e Dia Nacional de Prevenção da Obesidade
A obesidade é uma doença crônica, progressiva, recidivante e uma epidemia global de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mais de um bilhão de adultos, em todo o mundo, está acima do peso — destes, 500 milhões são considerados obesos. São mais de 40 milhões de crianças, com idade até cinco anos, que estão acima do peso. Só no Brasil, cerca de 20% da população tem obesidade. O excesso de peso está presente em 60% dos brasileiros adultos. Essas estatísticas estão em elevação e em todas as faixas etárias.
A obesidade é o excesso de gordura corporal em quantidade que determine prejuízos à saúde. A OMS define o diagnóstico pelo índice de massa corporal (IMC), que é calculado utilizando a altura e o peso do indivíduo (IMC = peso (kg) / altura (m)2).
Segundo a OMS, uma pessoa tem obesidade quando o IMC é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso, e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura.
“Existe uma tendência da população em geral, e até de alguns profissionais de saúde, de considerar uma pessoa obesa quando ela já tem um quadro mais grave, daí a importância de monitorar o IMC”, declara Dr. Mario Kehdi Carra, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
O endocrinologista ainda explica que “é importante que todos saibam que ninguém tem obesidade porque quer ou escolhe ser obeso, pois não é uma questão de força de vontade, determinação ou caráter. A genética contribui com 70% para o desenvolvimento da obesidade, somando-se a outros fatores determinantes como alimentação e sedentarismo. É importante lembrar que, se o peso de uma pessoa está se elevando, é porque ela está comendo mais que o necessário e o excesso está se acumulando na forma de gordura”.
O aumento no consumo de alimentos industrializados e o estresse são algumas das causas associadas à obesidade, embora a doença também possa ter fatores genéticos. As pesquisas mostram que a obesidade vai além do comer muito e gastar pouca caloria. Alguns estudos já apontam a poluição e bactérias presentes no intestino como fatores que contribuem para o surgimento da doença.
Complicações
A obesidade apresenta inúmeras complicações e, de acordo com a tendência individual, ela pode desencadear diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e alguns tipos de câncer, sem citar fatores psicológicos por causa do estigma da obesidade. A obesidade leva as pessoas a viverem menos e com pior qualidade de vida.
O tratamento inclui alimentação saudável, com diminuição da ingestão de calorias e aumento da atividade física, podendo-se associar ao uso de medicamentos. Em casos mais graves, pode ser indicado o tratamento cirúrgico.
Mensagem da SBEM:
– Quando a gordura se instala entre os órgãos do abdômen e provoca aumento no tamanho da barriga, é perigosa e precisa ser combatida;
– As crianças devem fazer uma hora de atividade física, de moderada a intensa, todos os dias;
– O consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gordura e açúcar, não deve fazer parte da rotina alimentar.
Fontes: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional de São Paulo