Depois do Sim: Considerações sobre relacionamento conjugal

A separação de um casal é certamente um dos eventos mais estressantes pelo qual a pessoa pode passar. O divórcio foi considerado por pesquisadores o segundo evento mais estressante quando comparado a diversos outros problemas que podem ser enfrentados pelas pessoas durante sua vida.
por PRÓ-VIDA — publicado 2019-05-29T16:10:30-03:00

  

Por que falar de relacionamento conjugal em uma pílula da saúde?

A separação de um casal é certamente um dos eventos mais estressantes pelo qual a pessoa pode passar. No final da década de 60, dois pesquisadores criaram uma tabela que relacionava eventos muito difíceis pelos quais as pessoas podem passar ao longo da vida, concluindo que o divórcio, alcançando 73 pontos em uma escala de 100, posicionou-se com o segundo maior escore, ficando abaixo apenas da morte de um ente querido. (Azevedo, 2014)

Como a separação pode ser vista como último estagio da crise conjugal, importante considerar que antes do divorcio, a maioria dos casais vivenciam muitas brigas e desgastes, envolvendo por vezes os filhos e outros familiares, o que pode prolongar sobremaneira os efeitos negativos que o estresse provoca no organismo.

Muitas vezes a separação do casal (ou crise no casamento) pode ser o estopim para desencadear patologias de ordem mental, como depressão, ansiedade e estresse, por exemplo. Por outro lado, essas mesmas patologias podem estar na raiz da crise dos cônjuges, dificultando a comunicação e fazendo emergir todo o tipo de pensamentos disfuncionais.

E então, de repente, aquele servidor que sempre foi tão produtivo, dedicado e comprometido com o trabalho, pode apresentar-se desatento, desmotivado e triste, por estar submetido ao estresse provocado por crise no casamento ou divorcio.

E aí vem a pergunta? Como começa a crise no relacionamento?

Embora cada ser humano seja único e singular, e com isso cada relacionamento também, pode-se ressaltar que uma das maiores questões identificadas na origem de desentendimentos conjugais recai sobre a dificuldade de comunicação, bem como a técnicas inadequadas de resolução de conflitos.

Os cônjuges em desalinho têm grande dificuldade de expressarem o que sentem, pensam e ouvem na interação conjugal (Beck, 1994). A comunicação eficiente está relacionada à expressão adequada de idéias e emoções em termos de vocabulário, tom de voz, gestos corporais, dentre outros. (Datillio, 2004).

Os déficits na comunicação são de natureza diversa, mas pode-se destacar também as distorções cognitivas e o manejo errado dos comportamentos emitidos no momento da comunicação. (falaremos delas em outro artigo)

Por outro lado, uma relação saudável, funcional e ajustada propicia bem estar físico e mental, bem como contribui para a motivação na realização de outras atividades e projetos, incluindo o trabalho.

Mas, como desenvolver e/ou manter um relacionamento saudável e funcional?

A Psicologia Cognitivo Comportamental pode oferecer algumas ferramentas:

1) análise dos pensamentos disfuncionais.

2) técnicas adequadas de comunicação.

3) técnicas de resolução de conflitos

4) conhecimento das distorções cognitivas comuns.

 

Na próxima pílula da saúde descreveremos essas técnicas e como elas podem ajudar os casais na busca de um relacionamento saudável.

 

 

Fontes:

Azevedo, P.M. O verdadeiro custo do divórcio. In: www.reumatologiaavancada.org.br. Ultimo acesso em 15/03/2016.

Beck, A. T.Para além do amor. Tradução de Pulo Froes. Rio de Janeiro: Record. 1995.

Datillio, F. M. Casais e Família. In: Knapp, P. (org).Terapia Cognitivo Comportamental na prática Clinica psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004.