Você conhece os riscos da hipoglicemia para quem tem diabetes?

Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz um hormônio chamado insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz para controlar a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia.
por pro vida — publicado 2020-08-19T12:49:01-03:00

 

Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta do pâncreas, que produzem a insulina. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença.

O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.

O Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia.

Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Hipoglicemia

Você já ouviu falar de pessoas com diabetes que desmaiaram na rua ou tiveram que ser levadas para o hospital? Este é um fantasma que assombra muitas pessoas quando elas recebem a notícia de que têm diabetes. 

Para evitar a hipoglicemia (nível muito baixo de glicose no sangue) o segredo é manter os níveis de glicose dentro da meta estabelecida para você.

A hipoglicemia é caracterizada por um nível anormalmente baixo de glicose no sangue, geralmente abaixo de 70 mg/dl. É importante não considerar apenas este número – o médico deverá dizer quais níveis são muito baixos para você.

Aumentar a quantidade de exercícios sem orientação correta, ou sem ajuste correspondente na alimentação ou na medicação; pular refeições; comer menos do que o necessário; exagerar na medicação, acreditando que ela vai trazer um controle melhor; e ingestão de álcool são causas comuns de hipoglicemia.

A hipoglicemia em situações extremas pode levar à perda de consciência, ou a crises convulsivas, sendo muito graves, e exige medidas imediatas.

Os sinais da hipoglicemia são dicas importantes para uma ação preventiva e eles podem variar de pessoas para pessoa. Com o tempo, você vai aprender a identificar como seu corpo indica que o nível de glicose no sangue está caindo muito rápido, de qualquer maneira, pelo menos entre aqueles que fazem uso de insulina ou que estão em maior risco de episódios de hipoglicemia, o mais importante é monitorar as glicemias, de modo a conseguir manter a glicose bem controlada, de maneira segura em relação a hipoglicemias.

A única maneira de ter certeza se suas taxas de glicose estão muito baixas é checá-las com o aparelho próprio, se possível. Entretanto, se você está com sintomas de hipoglicemia e não tem condições de fazer a medição naquele momento, faça o tratamento – garantir a segurança é a prioridade neste momento. A hipoglicemia severa pode causar acidentes, lesões, levar ao estado de coma e até à morte.

Fique atento aos sinais da hipoglicemia, que geralmente acontecem rapidamente:

Tremedeira

Nervosismo e ansiedade

Suores e calafrios

Irritabilidade e impaciência

Confusão mental e até delírio

Taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal

Tontura ou vertigem

Fome e náusea

Sonolência

Visão embaçada

Sensação de formigamento ou dormência nos lábios e na língua

Dor de cabeça

Fraqueza e fadiga

Raiva ou tristeza

Falta de coordenação motora

Pesadelos, choro durante o sono

Convulsões

Inconsciência

Tratamento da hipoglicemia:

O tratamento imediato da hipoglicemia é feito com os seguintes passos:

Consuma de 15 a 20 gramas de carboidratos, preferencialmente carboidratos simples, como açúcar (uma colher de sopa, dissolvida em água), uma colher de sopa de mel ( mas lembre-se de que mel não é permitido para crianças menores de um ano), refrigerante comum, não diet (um copo de 200 mL), 1 copo de suco de laranja integral, entre outros.

Verifique a sua glicose depois de 15 minutos;

Se continuar baixa, repita;

Assim que a taxa voltar ao normal, faça um pequeno lanche, caso sua próxima refeição estiver planejada para dali a uma ou duas horas.

Espere de 45 a 60 minutos para dirigir após um episódio de hipoglicemia. 

Em casos de inconsciência (desmaio) ou convulsão, outra pessoa terá que tomar providências. Uma dessas medidas poderá ser aplicar glucagon, que é um hormônio que estimula o fígado a liberar glicose armazenada na corrente sanguínea. Kits de glucagon injetáveis podem ser adquiridos com prescrição médica. Seu médico saberá dizer se você precisa ter um desses e como usá-lo.

É importante orientar também sua família e amigos sobre essa possibilidade. Caso a pessoa que esteja com você não saiba  o que fazer, a melhor medida é chamar uma ambulância.

Em uma crise hipoglicêmica acompanhada de convulsões ou desmaios, não injete insulina (vai reduzir ainda mais o nível de glicose no sangue); não dê comida ou bebida pela boca, no máximo, com cuidado para não obstruir as vias aéreas, pode-se passar um pouco de açúcar nas gengivas da pessoa. Vire a cabeça da pessoa de lado e proteja com cuidado, enquanto injeta glucagon ou chama a ambulância.

Em algumas pessoas, o nível de glicose no sangue pode cair bem abaixo de 70 mg/dl e mesmo assim não haver sintomas perceptíveis. Esta é a chamada “não percepção de hipoglicemia”. Pessoas com essa condição podem não acordar do sono quando a hipoglicemia acontece durante a noite.

Ela é mais comum em pessoas que enfrentam regularmente episódios de baixa glicose no sangue, diminuindo sua sensibilidade aos sintomas; em pessoas que têm diabetes há muito tempo e em pessoas que controlam de forma rígida a doença, o que pode aumentar as chances de ter uma reação.

Dica: Ter uma identificação médica sempre com você pode ser muito útil no caso de um episódio grave de hipoglicemia, de um acidente ou outra emergência. O acessório informa que você tem diabetes, se usa insulina ou não, se é alérgico a algum medicamento.

Manter os níveis de glicose dentro da meta pode ser desafiador e um pouco frustrante quando os resultados não são alcançados. O automonitoramento pode ajudar a fazer pequenos ajustes que vão tornar esse processo, aos poucos, mais fácil.

FONTE: Sociedade Brasileira de Diabetes