Internet Segura: uma construção coletiva que requer ética e responsabilidade
A Internet foi criada em 1969, quando ainda era chamada de Arpanet, uma rede que interligava vários centros de pesquisa do Departamento de Defesa norte-americano. Nasceu no auge da Guerra Fria, com o propósito de que a comunicação entre militares e cientistas fosse assegurada mesmo em caso de bombardeios em alguns pontos da rede. A rede mundial surgiu em meio a vários desafios e ameaças, por isso a preocupação com segurança sempre fez parte de sua história.
Com o passar do tempo, a rede deixou de ser militar e foi sendo expandida para universidades, órgãos, empresas e indústrias, chegando, nos anos 90, até as residências por meio de provedores de internet. Em 2020, a rede mundial conectava cerca de 4,6 bilhões de usuários, segundo pesquisa We Are Social. O Brasil ocupa a 4ª posição de países mais “conectados” com cerca de 134 milhões de usuários, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet do Brasil.
Hoje em dia a rede mundial vai muito além do seu propósito inicial. Ela viabiliza transações financeiras, home office, plataformas de negócio digital, governos eletrônicos, redes sociais, educação a distância e um imenso catálogo de serviços em nuvem, permitindo a existência de empresas 100% digitais, como as fintechs.
Apesar da pandemia da COVID-19 estar deixando uma marca devastadora no planeta, ela também vem contribuindo para um aumento significativo do número de conectados, visto que várias organizações adotaram em peso a transformação digital e o home office. Em janeiro de 2021, houve um aumento de 316 milhões (7,3%) de pessoas conectadas em relação ao período homólogo. Todas essas mudanças de comportamento fizeram com que a Internet se tornasse um dos recursos mais importantes na vida das pessoas.
A imersão e capilaridade da Internet trouxe novos desafios para segurança em diferentes aspectos. O volume de compras on-line e transações eletrônicas despertou o interesse de facções criminosas que agora usam malwares e ataques cibernéticos para cometer roubos e fraudes. A gama de aplicativos de rede social expõe gravemente a privacidade, colocando em risco os dados e a imagem das pessoas. Crianças hiperconectadas vêm apresentando déficits de atenção, atrasos na aprendizagem e desinteresse nas relações sociais. Os canais abertos dão lugar a fake news, bullying, desrespeito, discriminação e violação de direitos humanos.
No dia 09 de fevereiro é comemorado o Dia Mundial da Internet Segura, conhecido internacionalmente como Safer Internet Day. A programação foi criada pela Rede Insafe na Europa, que reúne atualmente mais de 140 países para mobilizar usuários e instituições em torno da data e estimular um uso livre e seguro da Internet. Tem como objetivo “envolver e unir os diferentes atores, públicos e privados, na promoção de atividades de conscientização em torno do uso seguro, ético e responsável das TICs, nas escolas, universidades, ONG's e na própria rede”. A realização conta com a parceria de várias empresas e órgãos públicos, inclusive brasileiros, como o NIC.br, MPF, TSE e Unicef.
O site oficial do evento traz palestras, materiais e atividades e faz um apelo para participação voluntária de todos, fornecendo um guia de ação para conscientização de cada público-alvo. Confira os recursos disponíveis e participe da campanha, divulgando os materiais a sua rede de contatos: https://www.safernet.org.br/site/sid2021/recursos
Aderindo à data comemorativa, o TJDFT, que vem continuamente investindo em ações de segurança e capacitação, por meio da Central Geral de Tecnologia da Informação - CGTI, também contribui para a melhoria da segurança e experiência no uso da Internet e da rede do Tribunal com essas dicas:
- Tenha cuidado e pense antes de postar algo em redes sociais e chats, pois qualquer mensagem pode se tornar pública, impactando sua imagem no futuro;
- Evite conceder acesso restrito aos aplicativos, como por exemplo, a leitura da sua localização, câmera e fotos armazenadas;
- Habilite sempre que disponível a autenticação de dois fatores (recurso que envia um código por SMS ou e-mail para verificação de identidade);
- Desconfie de todos e-mails de bancos, comunicados de órgãos e boletos não esperados;
- Conheça os termos de serviço dos sites e aplicativos, especialmente no tocante a privacidade e compartilhamento dos seus dados;
- Mantenha sempre seus dispositivos atualizados e só instale aplicativos originais;
- Faça regularmente backup dos dados armazenados nos seus dispositivos;
- Quando estiver trabalhando ou participando de reunião on-line, feche qualquer foto pessoal e aplicativos paralelos de mensagem, pois pode haver exposição de informações sensíveis;
- Ao navegar na Internet em computadores alheios, habilite a navegação anônima do navegador, pois assim informações sensíveis, como cookies, senhas e formulários, não serão armazenadas no computador;
- Confira as dicas de navegação segura do CERT.br: https://cartilha.cert.br/uso-seguro/
- Fique atento às políticas de segurança e privacidade do TJDFT: https://www.tjdft.jus.br/transparencia/protecao-de-dados-pessoais
Luiz Fernando Serique é Coordenador Geral de Tecnologia da Informação do TJDFT