Juíza Clarissa Mendes Braga - Titularização dos juízes substitutos

por ACS — publicado 2015-08-10T12:25:00-03:00

Boa tarde a todos.

Cumprimento desde já a todos.  

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente Getulio Oliveira, demais desembargadores aqui presentes, autoridades, magistrados, servidores familiares e amigos. 

É uma felicidade estar com todos vocês aqui neste dia muito especial para nós. Agradeço a todos pela presença.  Obrigada.

Queridos amigos, graças a Deus após oito anos da nossa turma e sete anos das demais chegamos finalmente a essa nova etapa da vida.

Confesso a vocês que busquei como inspiração alguns discursos históricos e, para minha surpresa, descobri que o discurso mais conhecido na história é o sermão da montanha, o qual integra um compêndio de ensinamentos de Jesus Cristo a seus discípulos e às multidões que lhe assistiam.

Claro que o sermão é bastante extenso e profundo de modo que somente pude considerar alguns aspectos que acredito que para todos nós nessa nova etapa são extremamente importantes.

Já no início do sermão, Jesus Cristo nos ensina:

‘Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus. A humildade é o primeiro ensinamento do sermão da montanha e dai é possível extrair a importância desse princípio. 

Para aqueles que exercem qualquer função, cuja essência é lidar com o ser humano, a humildade é fundamental, porque a soberba nos afasta das pessoas. Cria uma barreira e dificulta o acesso à justiça.

Queridos amigos, creio que estamos nesse mundo para servir e não para sermos servidos.

A humildade é uma postura diante da vida que facilita o acesso do outro ser humano a nós, principalmente os mais vulneráveis.

E é a respeito dos vulneráveis que trago para nós o segundo ensinamentos:

Bem aventurados os misericordiosos, porque obterão misericórdia. 

A misericórdia pode ser compreendia como a capacidade de sentir a miséria humana e o impulso para agir em busca de alterar ou diminuir o sofrimento.

Queridos, não é raro atendermos pessoas em situações de desespero. Algumas não conseguem sequer se expressar ou cuidar de si mesmas como é o caso de crianças vítimas de abuso e idosos interditados, por exemplo. 

Amigos, concordo com o que disse Ariano Suassuna quando esteve nessa mesma sala: ‘ Não existe justiça sem misericórdia’. E foi justamente esta a mensagem do auto da compadecida.

Essas pessoas, crianças, idosos, interditados, portadores de necessidades especiais, físicas ou mentais, vítimas de violência, enfim, oprimidos por todo espécie de sofrimento, precisam que nós exerçamos nossa misericórdia para que elas possam ter o verdadeiro acesso à justiça. 

Essa vontade de agir para diminuir ou acabar com o sofrimento alheio pode ser compreendida como a sede de justiça referida por Jesus Cristo no sermão da montanha:

Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.

A fome e a sede as quais o texto se refere são justamente despertadas pela misericórdia e é por essa razão que concordo com o pensamento de Suassuna quando se referia à mensagem trazida no auto da compadecida.

Ocorre que, para que haja esperança de alcançar esse ideal de justiça do qual temos fome e sede, precisamos nos unir, como Justiça, como Judiciário.

A forma como trabalhamos é isolada, cada um no gabinete que ocupa, com muito trabalho e sempre com muita pressa. Isso naturalmente nos afasta. Mas podemos estar fisicamente afastados, mas unidos pela consciência de que devemos ajudar uns aos outros e nos comunicar sempre que for possível para que a Justiça se fortaleça cada vez mais. Somente fortalecida a Justiça será capaz de acolher aqueles que dela precisam.

Por fim, Agradeço por tudo a Deus Pai Todo Poderoso, Nosso Senhor Jesus Cristo e Espírito Santo.

E peço por todos nós para que Ele esteja conosco em cada ato de exercício da nossa função. 

Amém.