Mediação Comunitária

TJDFT e MPDFT promovem ação em São Sebastião
por ACS — publicado 2017-06-06T19:32:00-03:00

      Mediação Comunitária em São Sebastião

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios - TJDFT, por meio do Programa Justiça Comunitária - PJC,  iniciou uma nova parceria em prol da comunidade do Distrito Federal. Em franca expansão, o premiado PJC (Innovare, 2005), que começou em Ceilândia, passa a ter eixos de atuação em outras regiões e, convidado pela Promotoria do Ministério Público em São Sebastião, promove naquela cidade o curso de Mediação Comunitária aberto à comunidade em geral. O convite partiu das Promotoras de Justiça Alessandra Queiroga e Ana Luiza Leão Lobo, engajadas em projetos sociais na região. 

Serão seis encontros até o final do mês de junho, abrindo um espaço público de aprendizado, reflexão e debate sobre temas como princípios da mediação comunitária, identidade e cidade, redes sociais, conflitos e educação para os direitos, comunicação não-violenta, novas práticas de mediação comunitária e a mediação aplicada à realidade de São Sebastião.

Nos contornos de uma sala de aula, rostos, expressões e histórias desenham um público heterogêneo. São estudantes, professores, advogados, donas de casa, educadores religiosos, radialista, trabalhadores da saúde, da cultura, servidores públicos, entre outros, que trazem em comum a sede de aprender e cooperar com sua comunidade. Cleber Rodrigues da Silva, servente de limpeza, é um deles: “A cada dia sinto que posso ajudar minha comunidade, mas às vezes não sei como. Tenho uma escolinha de futebol, são quase 100 crianças e adolescentes. Eu acredito na educação. Mas quando recebo meninos que não têm sequer um documento, um registro, e choram por não poderem participar de campeonatos por isso... Como posso ajudar a eles? Como faço quando eles brigam, além de deixar fora do grupo? Estou aqui, curioso para aprender novas formas de lidar com isso”.

Para a idealizadora do Justiça Comunitária, juíza Gláucia Falsarella Foley: “É uma grande alegria para o PJC  celebrar essa parceria com o MPDFT em São Sebastião. Nossa trajetória, consolidada ao longo dos últimos 17 anos, se alia a  partir de hoje à vocação natural do Ministério Público para dialogar com as comunidades, assegurar direitos e democratizar a justiça. Nosso objetivo é conferir protagonismo à comunidade para que ela possa ser sujeito de sua realidade e partícipe da construção do seu futuro”.

A promotora Alessandra Queiroga recebeu os participantes afirmando: “Estou muito feliz. Hoje estou realizando um sonho. Acompanho a trajetória da Dra. Gláucia, coordenadora do PJC, há mais de 20 anos. É um exemplo de juíza que traz uma visão diferente de governo, que se aproxima da comunidade. É nessa Justiça em que eu mais acredito. Acredito nas parcerias que nascem da cooperação, de relações horizontais, sem tanta burocracia. Menos importante do que quem faz o quê, é que, juntos, estamos proporcionando que boas práticas sejam feitas nesta cidade pela própria comunidade”. E revela sua esperança:  “Nossa realidade é de muita miséria, conflitos e ausências. Mas somos uma cidade de muitos movimentos e de capacidade de se organizar. Agradeço ao Justiça Comunitária, ao TJDFT.  São Sebastião é terra fértil pra as sementes que agora vão sendo lançadas aqui pelo PJC”.

Helena Gonçalves, assistente social, comentou: “Moro nessa cidade desde 1990. Vejo jovens que conheci crianças numa realidade de drogas e violência. A gente não sabe a quem procurar, onde buscar, falta articulação. Quando ouvi falar em 'mediador de conflito', nem sabia o que isso queria dizer! Mas já senti que é algo que vem nos ajudar desde os conflitos familiares aos conflitos maiores, dentro da nossa comunidade. Fico muito feliz com essa união entre o TJDFT e o Ministério Público nos dando essa oportunidade”.

A aluna Maria Aparecida Silva Rita compartilhou com os colegas a sua emoção com a iniciativa do curso: “Vemos aqui uma equipe feliz, cheia de vontade de realizar transformações, e uma comunidade que necessita muito de tudo isso. Essa união só nos dá mais força de participar!”