Marcelo Bauer é condenado a 18 anos de prisão por crime que chocou o DF

por ACS — publicado 2012-04-12T00:00:00-03:00
Marcelo Duarte Bauer foi condenado nesta quinta-feira, dia 12 de abril de 2012, a 18 (dezoito) anos de reclusão em regime inicial fechado pelo assassinato e sequestro de Thais Muniz Mendonça, estudante de Letras da UNB e sua ex-namorada. O crime que comoveu Brasília ocorreu em julho de 1987 e, vinte e quatro anos e nove após, o assassino, apesar de foragido, está condenado.

O réu, que fugiu em seguida ao fato, continua foragido e foi julgado e condenado a revelia pela morte de Thais. Marcelo Bauer fugiu do país e foi encontrado 13 anos depois, morando na Dinamarca. Na ocasião, ele chegou a ser preso pela Interpol, permanecendo detido por oito meses. O Ministério da Justiça pediu sua extradição que foi aceita pelo governo dinamarquês. Entretanto, a defesa de Bauer recorreu à Corte de Justiça de Aarhus e a extradição foi suspensa e o brasileiro foi liberado.

O governo brasileiro apelou para a Suprema Corte da Dinamarca e a extradição foi autorizada, porém Marcelo não se encontrava mais em solo dinamarquês. Neto de alemão, havia solicitado cidadania alemã e se refugiado naquele país. Na Alemanha, foi localizado novamente pela Interpol, contudo o pedido de extradição formulado pelo Brasil foi negado pelo governo alemão devido à cidadania concedida a Bauer.

Após sequestrar a jovem, no campus da Universidade de Brasília, Marcelo asfixiou-a com substância tóxica e depois, de maneira cruel, desferiu 19 facadas no peito e no pescoço de Thais, na época com 19 anos de idade. Em seguida disparou um tiro de revólver em sua cabeça. Após o crime, Bauer abandonou o corpo no matagal existente nas proximidades da SQN 415 e fugiu, estando foragido até hoje.

Durante o julgamento, que começou às 9 horas desta quinta-feira, o Promotor sustentou integralmente a condenação nos termos da pronúncia e a defesa defendeu a absolvição por negativa de autoria. O Ministério Público requereu a leitura de peças, foi realizado o depoimento das testemunhas presentes, houve debates entre a acusação e defesa. Em seguida o Juiz do Júri consultou se os jurados estavam aptos a proferir a sua decisão e diante da resposta afirmativa todos foram recolhidos à sala secreta, onde o Magistrado leu novamente os quesitos e explicou o significado de cada um deles. Feita a votação dos mesmos. Ás 20h30 o Juiz Presidente do Júri, Sandoval Gomes de Oliveira, leu em voz alta a sentença que, de conformidade com a decisão dos Jurados, condenou Marcelo Duarte Bauer, hoje Marcelo Nielsen, pela morte da estudante Thaís Muniz Mendonça.

O julgamento de réus foragidos somente se tornou possível devido à alteração promovida pela Lei 11.689/2008, que mudou os ritos do júri e passou a possibilitar o julgamento à revelia dos acusados pronunciados mesmo ausentes à sessão no plenário do júri. O caso ficou alguns anos parado na Justiça, porque a legislação anterior do júri não permitia o julgamento dos acusados, sem que eles estivessem presentes à sessão.