Prossegue julgamento de Marcelo Bauer

por ACS — publicado 2012-04-12T00:00:00-03:00
Continua neste momento (19h), no Tribunal do Júri de Brasília, o julgamento, à revelia, do réu acusado de sequestrar e matar a namorada em 1987. A sessão, que se encontra na fase de réplica dos debates, deve seguir noite adentro. Após os debates, nos quais ainda pode haver tréplica, os jurados irão para a sala secreta onde votarão os quesitos a partir dos quais será definida a condenação ou absolvição do réu e, em seguida, o juiz presidente proferirá a sentença.

O julgamento teve início pela manhã quando foram ouvidas cinco testemunhas da acusação, entre elas a mãe e a irmã da vítima. A defesa do réu arrolou três testemunhas, mas apenas uma compareceu e apresentou seu depoimento em seguida.

Após intervalo para o almoço, a sessão foi retomada, às 13h30, com a leitura de peças processuais nas quais constavam oitivas de familiares de Marcelo Bauer e também depoimento prestado pelo próprio réu, negando a acusação a ele imputada.

Nas peças, foi relatado episódio ocorrido em 1987, no qual os pais de Marcelo teriam viajado para Fortaleza deixando-o, como filho mais velho, sob a responsabilidade de cuidar da irmã de 15 anos. Na ocasião, a adolescente teria consumido algum tipo de substância na companhia da irmã de Thaís, o que provocara sua morte. Segundo relataram os familiares, o falecimento da irmã fora muito traumático para Marcelo.

Durante os debates, a defesa levantou a tese de insuficiência de provas para condenar o réu, baseada no Laudo de Exame Cadavérico. As alegações foram que, de acordo com o documento, o dia e hora em que Thaís foi morta seriam incompatíveis com a autoria do crime por Marcelo e também que o cadáver não apresentava sinais faciais de ter sofrido asfixia involuntária.

Narra a denúncia que, entre os dias 10 e 11 de julho de 1987, Bauer teria sequestrado a moça no campus da Universidade de Brasília e, após asfixiá-la com substância tóxica e deixá-la completamente desfalecida, a teria puxado para o seu veículo e, de maneira cruel, desferido contra ela 19 facadas na região mamária e carotidianas para "a seguir, em local ermo, no matagal existente nas proximidades da SQN 415, na direção do Lago Norte, disparar-lhe um tiro de revólver na região parietal esquerda, causando-lhe, assim, as lesões que foram a causa eficiente de sua morte".