Encerrada oitava audiência do Caso Villela

Oitiva de testemunhas de defesa continua segunda-feira
por ACS — publicado 2012-02-02T23:00:00-03:00

Terminou por volta das 18h desta sexta-feira (3/2), a oitava audiência do processo que apura o homicídio do ministro José Guilherme Villela, de sua esposa Maria Carvalho Mendes Villela e da empregada do casal Francisca Nascimento da Silva, ocorrido em agosto de 2009. Quatro pessoas testemunharam em quase oito horas da sessão que aconteceu no plenário do Tribunal do Júri de Brasília.

No período da tarde, foi ouvida uma agrônoma, amiga de Adriana, que afirmou ser a arquiteta uma pessoa muito desprendida de bens materiais e que, apesar do convívio frequente, jamais notou sinal de que a amiga usasse drogas. Em seguida, um policial civil que participou de diligências em Montalvânia-MG, contou sobre os trabalhos de investigação realizados na cidade.

Pela a manhã, foi ouvido um delegado em exercício na 8ª DP durante o período em que a delegacia trabalhou nas investigações. O delegado contou que interrogou Leonardo Campos Alves, ex-porteiro e um dos acusados do crime, por cerca de 13 horas e que também tomou o depoimento de sua filha. Afirmou que, durante o longo interrogatório, Leonardo descreveu detalhadamente a ação criminosa, mas que não apontou Adriana Villela como mandante dos homicídios e que o nome de Francisco Mairlon, outro réu do processo, não teria sido mencionado. Explicou ainda que pediu a prisão temporária de Leonardo com base no depoimento de sua filha.

Para o advogado de defesa do ex-porteiro, o depoimento da filha de Leonardo teria sido "eivado de vícios". O defensor argumentou que a moça teria prestado depoimento contra o próprio pai sem ter sido comunicado a ela acerca do direito de permanecer em silêncio e também mencionou declaração da jovem de haver sido "sequestrada" por policiais. Sugeriu o desentranhamento da peça dos autos para que não seja usada como elemento de convicção.

O segundo depoimento da manhã foi prestado por um advogado da cidade de Montalvânia que mencionou declarações de um delegado que estaria convicto de que o crime poderia ter sido cometido por um morador da cidade, não apontado no processo como acusado. As defesas solicitaram que o delegado seja ouvido como testemunha em outra audiência.

As audiências prosseguem na segunda-feira (6/2), a partir das 9h, quando devem acontecer outros depoimentos de testemunhas de defesa. Até agora, já foram realizadas oito audiências que tiveram início no dia 4/11/11 nas quais quase 40 pessoas foram ouvidas.

O crime aconteceu em 28 de agosto de 2009, no apartamento do casal na 113 Sul. Na denúncia apresentada pelo Ministério Público figuram como réus do processo Adriana Villela, filha do casal assassinado; Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do bloco onde os fatos aconteceram; Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo e Francisco Mairlon Barros Aguiar. Conforme a peça acusatória, Adriana, com o auxílio de outras pessoas, "utilizando-se de instrumentos pérfuro-cortantes, teria ceifado a vida de seus genitores (...), bem como de Francisca (...), o que fez de forma premeditada, tendo como motivação conflitos de família por assuntos financeiros". Sustenta ainda que "na mesma oportunidade subtraiu em proveito próprio diversas joias pertencentes à mãe, a exemplo de cerca de U$ 70.000,00 (setenta mil dólares) de propriedade do casal."

Os réus foram denunciados por três homicídios triplamente qualificados [art. 121, § 2º, Inc. I, III e IV, § 4º (2 vezes) e art. 121, § 2º, Inc. III, IV e V do Codigo Penal] e por furto qualificado (art. 155, § 4º, Inc. IV do Codigo Penal]. O processo já soma 54 volumes e tem mais de 10,8 mil folhas no total.


AVISO À IMPRENSA

A audiência é pública, sendo permitida a entrada de jornalistas portando identificação do veículo que representam. Não será permitida a utilização de equipamentos que possam captar som e/ou imagem. Não é autorizado o uso aparelhos celulares dentro do plenário.