Rede Solidária Anjos do Amanhã conta histórias felizes

por ACS — publicado 2012-03-22T00:00:00-03:00

Entre 3 e 19 anos de idade, a instituição Casa Transitória foi o seu lar. Hoje, com 20 anos, Ana Cláudia mora sozinha, cursa o terceiro semestre de Direito na Universidade Católica de Brasília (UCB) e trabalha em um renomado escritório de advocacia. A Rede Solidária Anjos do Amanhã, programa de voluntariado da 1ª Vara da Infância e da Juventude (1ª VIJ), contribuiu para escrever as primeiras linhas da história de ascensão profissional da jovem.

Em 2009, aos 17 anos, Ana Cláudia foi selecionada para participar de um curso de capacitação promovido pela Price Waterhouse Coopers, em parceria com a Rede Solidária. O aprendizado incluía conteúdo importante para competir no mercado de trabalho. Nesse ambiente, ela encontrou o estímulo de que precisava para buscar a sua autonomia.

A parceria entre os Anjos do Amanhã, o CIEE e o escritório de advocacia Sérgio Bermudes possibilitou que Ana Cláudia conquistasse em março de 2010 uma vaga de estágio no escritório. Simultaneamente, ela passou a frequentar um curso de capacitação profissional promovido pelo CIEE.

Ascensão

A jovem galgou mais um degrau na sua carreira em 2011, ao ser aprovada para o curso de Direito da UCB. A afinidade com a área demonstrada por Ana foi confirmada em um teste vocacional aplicado pelo escritório, que se ofereceu para custear os estudos da jovem.

A garota, que chegou retraída, hoje está à vontade no seu ambiente de trabalho. Rose Paiva, gerente administrativa do escritório, é testemunha do seu crescimento profissional. Rose conta que ela rompeu a barreira da timidez em uma festa organizada pelos colegas para comemorar a sua aprovação no vestibular. Inicialmente envergonhada com a presença de todos, Ana Cláudia foi aconselhada por Rose a trabalhar a sua inibição para ter sucesso na carreira que escolheu seguir. A jovem se emocionou com a homenagem e amadureceu o relacionamento profissional.

Dois anos de experiência e o bom desempenho fizeram de Ana Cláudia uma aprendiz competente. Neste mês, seu esforço foi reconhecido mais uma vez. Ela acaba de ser efetivada no corpo de funcionários do escritório de advocacia Sérgio Bermudes. Ana se tornou responsável pelo arquivo, organizando pastas, documentos e processos, além de coordenar atividades de documentalista e de controle de almoxarifado.

O reconhecimento é mútuo. Ana agradece o apoio decisivo da Rede Solidária Anjos do Amanhã, na pessoa da supervisora Lúcia Passarinho, e o escritório de advocacia Sérgio Bermudes, na pessoa da Dra. Guiomar Mendes, pelo seu incansável incentivo. Ana Cláudia vai retribuir o conhecimento que recebeu, pois será orientadora do novo aprendiz, também encaminhado pela Rede Solidária.

Destino

Quando completam 18 anos, os jovens acolhidos precisam se desvincular da instituição. Ana está bem encaminhada e mora sozinha. Todos os finais de semana, a saudade guia seus passos ao lugar onde passou sua infância e adolescência, a Casa Transitória. Ela revê os amigos e as cuidadoras, pessoas por quem sente carinho.

Histórias bem-sucedidas, como a de Ana Cláudia, são contadas rotineiramente pela Rede Solidária Anjos do Amanhã, que aposta na responsabilidade social dos voluntários como agente modificador de outros tantos enredos, cujos protagonistas são crianças e adolescentes à espera de oportunidades.