Mediação por videoconferência entre Brasil e Estados Unidos dá fim a 19 anos de litígio familiar

por SS — publicado 2017-05-08T15:05:00-03:00

Mediacao Eua BrQuatro ações judiciais envolvendo um mesmo caso de família – a mais antiga, de 1998 – foram encerradas na última sexta-feira, 5/5. Após quatro sessões de mediação, todos os processos foram resolvidos com o auxílio do recurso de videoconferência, que possibilitou o contato com uma das partes que mora nos Estados Unidos. A demanda principal envolvia pedido de indenização por danos morais, em que um casal de filhos questionava o pai por abandono afetivo.

No dia 27/3, o TJDFT realizou a primeira sessão de mediação por meio de videoconferência, com as partes no Brasil e no exterior. A estrutura foi montada na sala de reuniões da 2ª Vice-Presidência, setor responsável por coordenar, no âmbito do TJDFT, a Política Judiciária Nacional de Tratamento Adequado dos Conflitos de Interesses. Ao final da quarta audiência, as partes chegaram a um acordo satisfatório para todos, e falaram sobre a experiência.

“Foi melhor do que eu esperava. A conversa ajudou na conciliação, criou empatia dos dois lados e deu resultado”, disse um dos filhos. A outra filha, dos Estados Unidos, destacou as técnicas dos conciliadores que ajudaram na comunicação: “A paciência e empatia deles foram essenciais para estabelecer esse contato”. Para a advogada dos requerentes, Katlen Germano, mais do que resultados financeiros, a conciliação trouxe ganhos emocionais às partes, pois resolveu uma questão familiar.

A parte requerida elogiou o desenvolvimento da conciliação. “Ao longo das sessões as barreiras foram quebradas, o que possibilitou o diálogo. Eu, que cheguei relutante, saí abraçado com todos”, disse o pai. Sua advogada, Lisângela Moreira, também elogiou o andamento e o resultado da mediação: “os conciliadores não desistiram desse caso, foram pacientes e o resultado principal foi atingido: a resolução da questão emocional”.

A juíza Caroline Santos Lima – coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania de Brasília, CEJUSC-BSB – acompanhou o caso e fez questão de elogiar, além da participação dos conciliadores José Maurício e Luana Guaíra, a postura das advogadas no processo. “O perfil conciliador, moderno, facilitou a resolução pacífica e consensual do conflito”, destacou a magistrada, em alusão ao perfil combativo/ belicoso de outros tempos.