Entrevista com juíza do TJDFT sobre atuação da mulher no Judiciário é destaque no Correio Braziliense

por ACS — publicado 2017-03-08T12:40:00-03:00

Entrevista Juíza GláuciaO jornal Correio Braziliense desta quarta-feira, 8/3, Dia Internacional da Mulher, publicou uma entrevista de página inteira com a juíza Gláucia Falsarella Foley, titular do Juizado Especial Criminal de Taguatinga e coordenadora do Programa Justiça Comunitária do TJDFT. Sob o título "A justiça é feminina", a magistrada fala sobre sua busca por soluções mais apaziguadoras para a solução de conflitos, sobre a sua intenção de aproximar o Judiciário da população e enaltece a Lei Maria da Penha. Clique aqui para ler a entrevista.

A juíza Gláucia Foley fala, inicialmente, sobre a criação do juizado itinerante, que desde 2000 percorre locais onde a população não tem acesso à Justiça. Segundo ela, no início, o déficit das comunidades atendidas pelo juizado "não era apenas de acesso à Justiça, mas de falta de informação, de diálogo, de mobilização". Por isso, foram trabalhados conceitos então inovadores como a conciliação e a mediação.

Questionada sobre a violência contra a mulher, a magistrada destaca que "é preciso punir o homem que comprovadamente agrediu a mulher, mas também é preciso empoderar essa mulher porque nessa relação de violência costuma haver um ciclo de dependência. Muitas vezes, ela acaba voltando para o agressor e as pessoas não entendem o motivo". Para a juíza, o agressor deve ser abordado de forma restaurativa, sem deixar de responsabilizá-lo pela agressão, que precisa refletir sobre o ocorrido e "se corresponsabilizar por suas ações". A magistrada defende que a sociedade deve "participar do processo de restauração, de reparação do dano e de responsabilização do agressor" pois, assim, ela participaria do processo.

A juíza ainda enaltece a Lei Maria da Penha que, segundo ela, pôs fim à omissão e ineficiência da Justiça no campo da violência contra a mulher. Segundo ela, antes da Lei Maria da Penha, "o cenário era de impunidade" e a nova legislação permitiu "a consciência das vítimas, da sociedade e do Sistema Judicial em relação à gravidade da realidade de violência contra a mulher".

A juíza Gláucia ainda trata da punição relacionada ao usuário de drogas e traz propostas para a solução pacífica de conflitos. No caso da violência contra a mulher, a magistrada diz que "é possível o processo penal caminhar junto com instrumentos que atendam aos objetivos de proteção integral da Lei Maria da Penha". Ressalta, ainda, a necessidade das "mulheres conversarem mais entre si e partilharem as suas dificuldades quando oprimidas. Acho que precisamos fortalecer essa identidade de construir um feminino que seja de luta, político e de disputar o poder. Mas precisamos também transformar o poder, porque esse poder da forma que está estruturado, masculino, não me interessa. Temos que ocupar esses espaços e fazer espaços de trocas".

A juíza também concedeu entrevista, ao vivo, na tarde desta quarta-feira, 8/3, à TV Brasília. Para assistir, clique nos links: bloco 1 e bloco 2.