Juíza do TJDFT publica artigo sobre violência doméstica no Correio Braziliense

por RM — publicado 2019-08-27T10:52:00-03:00

Artigo-juiza-Fabriziane.pngArtigo intitulado “Ser mulher é estar sob risco”, de autoria da juíza Fabriziane Figueiredo Stellet Zapata, foi publicado na edição de hoje, 27/8, no Correio Braziliense. O texto trata de aspectos legais do crime de feminicídio e características culturais da nossa sociedade que explicam o elevado número de casos de violência contra a mulher. A juíza é titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Riacho Fundo e coordenadora do Núcleo Judiciário da Mulher – NJM.

No artigo, a magistrada argumenta que ser mulher é estar sempre sob o risco de sofrer violências. E que essa situação dura por toda a vida, desde criança até a terceira idade, em todas as classes sociais e independentemente da cor da pele. “Precisamos falar sobre gênero, sobre as relações profundamente desiguais de poder entre homens e mulheres”, defende a autora, ao citar o Brasil como o quinto país do mundo que mais mata pessoas do sexo feminino.

Ela aborda, também, a necessidade de mudança na forma como são educados os meninos, incentivados desde cedo a serem agressivos e mostrarem virilidade. Além disso, chama atenção para a publicidade que reforça os estereótipos de gênero, mostrando a mulher como uma coisa, um corpo a ser consumido. Por fim, pede que a sociedade pare de julgar a vítima mulher, uma vez que a culpa não é “da saia curta, ou do seu belo corpo, ou porque ela estava andando sozinha na rua”, justifica a magistrada.

“Precisamos urgentemente de um movimento consciente de toda a sociedade (homens e mulheres) para a educação de meninos e meninas, ensinando e mostrando, no dia a dia, que têm os mesmos direitos e oportunidades (equidade de gênero) e que merecem respeito. Somente através da educação, nas famílias, nas escolas, nos meios de comunicação, que poderemos mudar esta cultura tão nefasta que adoece todo o corpo social, e causa tanta indignação, frustração, impotência, tristeza e sofrimento”, conclui a juíza.

A íntegra do artigo você encontra aqui.