Presidente do TJDFT publica texto poético alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente
Nesta quarta-feira, 5/6, data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Presidente do TJDFT, desembargador Romão C. Oliveira, expressa, por meio de poema, uma reflexão sobre o tema.
Em uma doce conversa com a lua, o magistrado compartilha a dor que sente quanto aos desvarios humanos que maltratam a “Mamãe Natureza” e alerta sobre a necessidade de frear tais atitudes, a fim de afastar um funesto futuro.
Confira!
Lua Chorosa
Ó! Lua, nova ou cheia,
Encantadora, poderosa, soberana,
Triunfal princesa da minha cabana
Que entra pela janela, orienta e clareia
Os caminhos tortuosos da minha aldeia,
És minha irmã gêmea, quase siamesa.
Tu que sempre foste tão bela, tão formosa,
Por que hoje estás tão chorosa?
Alegra-te, abraçando a Mamãe Natureza.
O teu clarão emprestado, a tua beleza,
Provêm da nossa mãe virgem,
Coerente, sem laivo de culpa, sem fuligem,
Permanentemente adornada, multicolorida,
Com ramalhetes, mas sempre brava, aguerrida,
Dando aos filhos leite e mel, desde a origem.
Nos rios, nos campos selvagens,
Ou nos oceanos, esplendorosa imagem,
Proliferam variegadas espécies. Peixe a granel.
Ah! Já sei, a causa de tua tristeza
Decorre da demência que destrói a Natureza,
Trazendo o tormento que inferniza o nosso céu.
É preciso estancar essa fúria assassina!
Faz-se mister preservar a nossa água cristalina,
E restabelecer o vergel.
Para nossa mãe, peçamos socorro agora,
Objetivando o amanhã e nova aurora.
Nossa mãe é a floresta
Que está sendo destripada.
Acode-a agora! Sofreia a escalada da besta.
Amanhã já não poderás fazer nada!
Agora! Noutro dia, virá o delírio insano
Somente cinza, carvão e gás carbono
Sobrarão para desalentar os humanos.
E, no inferno se converterá a Terra...
Verás apenas destroços, prenúncios de guerra.
Impede nesse instante ou a noite será funesta,
Sem luz, sem voz, sem orquestra.
Os rios apodrecerão e ficarão desabitados.
Os escombros afastarão a fartura;
A mais endinheirada criatura
Experimentará horrores - fome e loucura.
E até os luares serão ensanguentados.
Sem as dádivas da Mamãe Natureza
Não haverá beleza...
Tudo morrerá ou ficará desolado.