Presidente do TJDFT publica texto poético alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente

por ACS — publicado 2019-06-05T15:50:00-03:00

Nesta quarta-feira, 5/6, data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Presidente do TJDFT, desembargador Romão C. Oliveira, expressa, por meio de poema, uma reflexão sobre o tema.

Em uma doce conversa com a lua, o magistrado compartilha a dor que sente quanto aos desvarios humanos que maltratam a “Mamãe Natureza” e alerta sobre a necessidade de frear tais atitudes, a fim de afastar um funesto futuro.

Confira!

 

Lua Chorosa

 

Ó! Lua, nova ou cheia,

Encantadora, poderosa, soberana,

Triunfal princesa da minha cabana

Que entra pela janela, orienta e clareia

Os caminhos tortuosos da minha aldeia,

És minha irmã gêmea, quase siamesa.

Tu que sempre foste tão bela, tão formosa,

Por que hoje estás tão chorosa?

Alegra-te, abraçando a Mamãe Natureza.

O teu clarão emprestado, a tua beleza,

Provêm da nossa mãe virgem,

Coerente, sem laivo de culpa, sem fuligem,

Permanentemente adornada, multicolorida,

Com ramalhetes, mas sempre brava, aguerrida,

Dando aos filhos leite e mel, desde a origem.

Nos rios, nos campos selvagens,

Ou nos oceanos, esplendorosa imagem,

 Proliferam variegadas espécies. Peixe a granel.

Ah! Já sei, a causa de tua tristeza

Decorre da demência que destrói a Natureza,

Trazendo o tormento que inferniza o nosso céu.

É preciso estancar essa fúria assassina!

Faz-se mister preservar a nossa água cristalina,

E restabelecer o vergel.

Para nossa mãe, peçamos socorro agora,

Objetivando o amanhã e nova aurora.

Nossa mãe é a floresta

Que está sendo destripada.

Acode-a agora! Sofreia a escalada da besta.

Amanhã já não poderás fazer nada!

Agora! Noutro dia, virá o delírio insano

Somente cinza, carvão e gás carbono

Sobrarão para desalentar os humanos.

E, no inferno se converterá a Terra...

Verás apenas destroços, prenúncios de guerra.

Impede nesse instante ou a noite será funesta,

Sem luz, sem voz, sem orquestra.

Os rios apodrecerão e ficarão desabitados.

Os escombros afastarão a fartura;

A mais endinheirada criatura

Experimentará horrores -  fome e loucura.

E até os luares serão ensanguentados.

Sem as dádivas da Mamãe Natureza

Não haverá beleza...

Tudo morrerá ou ficará desolado.

 

Desembargador Romão C. Oliveira
Presidente do TJDFT