Juíza do TJDFT concede entrevista ao Correio Braziliense sobre violência doméstica

por VF — publicado 2021-05-31T11:36:00-03:00

Entrevista.pngA juíza do TJDFT Rejane Jungbluth Suxberger, titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de São Sebastião, concedeu entrevista ao Correio Braziliense sobre a violência contra a mulher nos dias atuais. A matéria foi publicada na edição desse domingo, 30/5.

Sobre o assunto, a juíza é categórica em afirmar que “a violência contra a mulher é a maior crise enfrentada pela humanidade” e isso acrescido ainda mais do mito social de que é um problema de família ou de casal e que, por isso, não devemos intervir. 

Autora do livro Invisíveis Marias — Histórias além das quatro paredes, que relata casos de mulheres invisíveis, vítimas de violência, a magistrada lançou também recentemente a obra Violência contra a Mulher e o Sistema de Justiça: uma epistemologia feminista em um estudo de caso, resultado de sua tese de mestrado. Nesses livros, ela cita uma dificuldade que ainda precisa de um olhar atento e de ser enfrentada: o enfrentamento da violência contra a mulher pelo sistema Judiciário brasileiro. “A pandemia só escancarou ainda mais o problema que vivemos na questão de violência de gênero”, afirma. . 

Para a juíza, o feminicídio não é um crime que surge do nada, ele provém de uma sociedade violenta na qual vivemos e onde as relações de gêneros são extremamente violentas e que esse tipo de crime é apenas o topo da pirâmide. "Existe uma ordem hierárquica, claramente desigual, onde as mulheres são sempre encaminhadas para uma posição de subordinação, onde recai sobre todas nós uma permanente desconfiança moral". Segundo a magistrada, essa violência máxima que é o feminicídio, decorre de inúmeras violências cotidianas que são normalizadas e banalizadas pela sociedade.

Na entrevista, a juíza Rejane Suxberger ainda falou sobre o abuso psicológico nos casos de violência doméstica, sobre a se há ou não a interferência do poder aquisitivo no momento da acusação por violência doméstica, sobre os ensinamentos que o momento que estamos vivendo atualmente nos deixa, entre outros assuntos. 

Para ler na íntegra a entrevista com a juíza Rejane Jungbluth Suxberger, basta clicar aqui.