Dia da Consciência Negra: Desembargadora do TJDFT fala sobre racismo em entrevista
A trajetória da Desembargadora Maria Ivatônia Barbosa, primeira Desembargadora negra do TJDFT, foi destaque em reportagem publicada na edição desta segunda-feira, 20/11, do jornal O Globo. A magistrada do TJDFT falou sobre racismo no Poder Judiciário, e que “continua a ser uma entre poucos pares pretos e pardos num país de maioria negra”.
A matéria apresentou dados do Diagnóstico Étnico Racial divulgado em setembro deste ano pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De acordo com o relatório, na magistratura atual “há 12,8% de pardos e só 1,7% de pretos (são apenas 226 em todo o país)”. Para a Desembargadora Maria Ivatônia, isto comprova que “é evidente que a Justiça ainda é branca, masculina e de classe média alta. É desse lugar que fala o Juiz no Brasil”, afirma.
A Desembargadora Maria Ivatônia ainda falou sobre a importância da conscientização sobre racismo estrutural, “a aceitação de que há racismo na Justiça”. Sobre os efeitos da questão das cotas raciais, que reservam 20% das vagas desde 2009 a candidatos negros nos concursos, a magistrada afirmou que ainda não houve.
“O Judiciário ainda não se assumiu racista. Resiste a temas como ‘julgamento com perspectiva de gênero, de raça...’ E parece ter ainda muita dificuldade de interpretar leis instituidoras de práticas e políticas afirmativas em editais de concursos públicos”, explanou.
A matéria ainda ouviu a Desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região, Marcia Regina Leal Campos, e o Presidente da Associação Nacional da Advocacia Negra (Anan), Estevão Silva.
Acesse aqui a reportagem completa, disponível no site do jornal O Globo.